Thayná Caroline Baldini Guedes
(Mestranda do Programa de Pós Graduação Interunidades em Ecologia Aplicada)
Resumo do projeto de pesquisa
A legislação brasileira de produção de alimentos foi construída ao longo dos anos com base nas lógicas das indústrias de larga escala, sendo extremamente complexa neste sentido, porém pouco abrangente quando se refere a produções de pequeno porte e artesanal. Com tal quadro, a produção de pequena escala sofreu um processo de marginalização na formalização de seus produtos, dadas as dificuldades de se adequar às normas sanitárias, principalmente pela desproporcionalidade das exigências estabelecidas. Apesar de serem modalidades de produção praticamente antagônicas, os mesmos requisitos são aplicados para ambas, o que confere um caráter injusto e excludente pelo pouco reconhecimento das dinâmicas específicas da escala artesanal. Considerando este ponto de partida, o presente trabalho se propõe a realizar um estudo de caso a partir de um grupo focal de pequenos produtores, na tentativa de entender, dentro de uma microesfera, os impactos da atual legislação brasileira de produção de alimentos, identificando dificuldades, desafios e carências. A abordagem cognitiva das políticas públicas constituirá nossa principal referência analítica para evidenciar as orientações predominantes entre os atores implicados neste debate. Em grande medida, o referencial de circuitos curtos de proximidade norteia aqueles que defendem a necessidade de flexibilização das normas para atender a categoria dos produtores familiares e artesanais, garantindo inclusão e formalização desse tipo de produção. O grupo escolhido para a realização deste projeto é a Rede Guandu, localizada na cidade de Piracicaba/SP. Trata-se de uma rede de economia solidária formada por diversos pequenos produtores da região que produzem e comercializam alimentos artesanais e de base ecológica.
Palavras-chave: Normas Sanitárias, Alimentos Artesanais, Produção de Pequeno Porte, Inclusão Produtiva, Políticas Públicas.